Por Giuliana Venturini Labate
Mentes doentias, crimes terríveis e motivos cada vez mais complexos para matar. Como podemos identificar um serial killer? O que é serial killer? Estão entre nós?
Quando tentamos entender o que é um serial killer, é importante lembrar que não se trata especificamente de um transtorno psiquiátrico. O serial killer é um assassino que, por um meio específico e pessoal, mata uma série de pessoas cujas características se assemelham.
Serial killers, os assassinos em série
A escolha da vítima geralmente é aleatória, desde que se encaixe no perfil que tem como alvo. Sempre possuem um mesmo perfil, mulheres com a mesma cor de cabelo, mendigos, idosos, crianças, entre outras características, sempre iguais, sempre com o mesmo objeto: assim que a tem e abusa dela para obter sua gratificação ou seu prazer, descartando-a ao depois, muitas vezes assassinando-a.
Vale ressaltar que cerca de 80% dos seriais killers sofreram algum tipo de abuso durante a infância, seja físico, sexual, emocional ou mesmo abandono.
Esses homicidas têm uma assinatura e um modus operandi. O modus operandi é o modo pelo qual traça a escolha de suas vítimas e comete o assassinato.
Por exemplo, o Maníaco do Parque, famoso serial killer, dizia que era um fotógrafo de uma revista conhecida e convidava jovens para tirar fotos em um ambiente com árvores, matagais, especificamente um parque. Lá, estuprava e matava suas vítimas. Esse era seu modus operandi. Porém, nem sempre é igual, pode mudar ou sofrer adaptações, dependendo da mente do criminoso.
Diferentemente, a assinatura nunca muda. No máximo, pode deixar de ser realizada em um ou outro caso, por motivos de interrupção inesperada.
Como sabemos, psicopatia é um transtorno de personalidade, o qual o indivíduo não sente empatia pelo outro, remorso ou culpa. Seu comportamento não é diferente em situações contrárias e é marcado por uma tendência constante a tapear normas e leis já estabelecidas. Em geral, trata-se de um indivíduo que só pensa em seus interesses e nada mais.
Sendo assim, não podemos simplesmente caracterizar que todos os seriais killers são psicopatas. Muitos psicopatas podem passar a vida toda prejudicando pessoas, sem ao menos derramar uma gota de sangue.
De acordo com o neuropsicólogo Fábio Roesler, há uma infinidade de motivos que levam uma pessoa a se tornar um serial killer, mas só mesmo analisando caso a caso para saber até que ponto são dominados por impulsos psicopatas.
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A punição para esse tipo de crime é a condenação por homicídio qualificado, o qual tem pena de reclusão de 12 a 30 anos, podendo ser por motivo torpe, traição, emboscada, meio cruel, entre outros, dependendo do caso.
A legislação brasileira estabelece que o indivíduo condenado permaneça em cárcere por, no máximo, 30 anos. Porém, se considerado inimputável, será aplicada uma medida de segurança, como, por exemplo, a internação em hospital psiquiátrico, ou a inclusão de uma medicação controlada até que o acusado não apresente mais sinais de que possa cometer crimes novamente, diminuindo sua periculosidade.
De acordo com o Código Penal Brasileiro, os acusados são classificados em três categorias:
- imputáveis, os quais têm a consciência do caráter ilícito do fato que estão praticando;
- semi-imputáveis, que, no momento do delito, estão sob alguma perturbação mental, não tendo a exata consciência da prática do crime; e
- inimputáveis, os quais não têm o menor discernimento da diferença entre o lícito e o ilícito, não podendo decidir sobre esse aspecto.
Nesse caso, os acusados têm duas hipóteses de “cárcere”: Prisão ou Hospital Psiquiátrico. Os imputáveis, geralmente são destinados a Prisão, dependendo do crime e do regime relacionado à infração cometida. Os inimputáveis para o Hospital Psiquiátrico e os semi-imputáveis? Eis a grande questão. Podem ir tanto para um quanto para outro e infelizmente quem destina isso é o juiz, o qual conhece as leis e não mente do acusado.
REFERÊNCIAS
ROESLER, Fábio. Serial Killers: conheça as mentes mais perigosas do mundo. Ed. Alto Astral. São Paulo. 2014;
BEZ, Alexandre. Serial Killers: conheça as mentes mais perigosas do mundo. Ed. Alto Astral. São Paulo. 2014.
Fonte: Canal Ciências Criminais
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