Por Redação
Um dos capítulos mais chocantes da história brasileira é aquele relacionado à tortura. De acordo com a Comissão Nacional da Verdade (CNV), no começo dos anos 60 agentes franceses desembarcaram no Brasil para ensinar métodos de tortura brutais a militares brasileiros. As técnicas teriam sido aprendidas e testadas na guerra de descolonização da Argélia, uma década antes.
Entre os anos 1964 e 1985, mais de 400 pessoas foram mortas e desaparecidas. Mais de 6 mil foram também torturadas durante o período. Além dos acontecimentos em solo brasileiro, diversas vítimas relataram ter visto e ouvido especialistas brasileiros ensinando métodos de tortura a militares chilenos no Estádio Nacional, que se tornou um gigantesco centro de tortura coletiva.
7 técnicas de tortura assustadoras
Para se ter uma ideia de quão assustadora era a tortura nesse período da história, conheça a seguir 7 métodos empregados pelos algozes:
1. Choques elétricos
Os torturadores aplicavam descargas elétricas violentas nas orelhas, no ânus, na vagina e no pênis dos torturados. O método envolvia fazer o preso sentar em um assento de madeira revisto com folha de zinco (cadeira-do-dragão) e coloca um balde de metal em sua cabeça (conetado a eletrodos). Em suma, o torturado sentava nu na cadeira molhada recebendo descargas elétricas por todo o corpo.
2. Ingestão de insetos
Os torturadores introduzam insetos pela garganta dos torturados. As bocas dos prisioneiros eram completamente cobertas de besouros vivos e, em alguns casos, baratas. Ratos inteiros também eram forçadamente inseridos pelo ânus. O método ainda compreendia colocar os torturados em quartos completamente escuros, na presença de cobras e outros animais peçonhentos.
3. Empalamento
As origens do empalamento remontam ao século XIII. O método, muito usado pelo conde Vlad, da província romena Valáquia, envolvia inserir uma estaca no ânus do prisioneiro, atravessando seu corpo até a morte. Inspirados na técnica, os torturadores brasileiros introduziam cassetes embebidos em pimenta pelo reto dos torturados, até que perdessem completamente a consciência.
4. Estupros e cuspes
Além do empalamento com cassetes embebidos em pimenta, inseridos forçadamente pelo reto, os prisioneiros eram estuprados várias vezes por grupos de torturadores. Os algozes se revezavam, e cuspiam dentro das bocas dos torturados. Diversos xingamentos eram também direcionados aos prisioneiros durante os estupros. O objetivo era claro: desestabilizá-los ainda mais.
5. Golpes nas orelhas, pés e mãos
Os torturadores batiam com as mãos espalmadas nas orelhas dos presos. A técnica era executada diversas vezes, deixando os torturados desnorteados. Muitos deles desmaiavam após tantas pancadas. Os algozes também davam golpes de cassete na sola dos pés e nas mãos. Os golpes rompiam os vasos sanguíneos, provocavam inchaço e impediam os prisioneiros de ficar em pé, andar ou segurar objetos.
6. Mutilação dos testículos e das unhas
Os torturados amarravam os testículos dos prisioneiros com barbantes, pedaços de madeiros e tijolos. O saco escrotal era golpeado com cassetes e porretes, sendo também esmagado com alicates. Os algozes da ditadura militar também usavam os alicates para arrancar as unhas dos torturados. Agulhas finas também eram introduzidas nas unhas, provocando dores lancinantes nos presos.
7. Suspensão em barra de metal (pau-de-arara)
Por fim, os prisioneiros eram suspensos por barras de metal (ou madeira). As barras eram enfiadas entre as pernas e os braços dobrados, deixando o torturado em uma posição muito dolorosa. O preso ficava o tempo todo de cabeça para baixo e tinhas as narinas preenchidas com querosene. Os algozes também tampavam o nariz dos prisioneiros para introduzir mangueira com água corrente em suas bocas.
Por mais assustadoras, todas as técnicas de tortura acima foram relatadas por torturados e torturadores à Comissão da Verdade.
Fonte: Canal Ciências Criminais
Quer estar por dentro de todos os conteúdos do Canal Ciências Criminais?
Siga-nos no Facebook e no Instagram.
Disponibilizamos conteúdos diários para atualizar estudantes, juristas e atores judiciários.
14 Comentários
Faça um comentário construtivo para esse documento.
E tem gente que se presta a prestar homenagens, inclusive, no Congresso Nacional, a tal período da história brasileira que mais parece um relato da inquisição na idade média.
Triste momento. continuar lendo
Prezada Equipe de Redação do Canal Ciências Criminais. O relato é doloroso, mas seria de grande utilidade para a sociedade brasileira relacionar, também, os meios de tortura praticados pelos terroristas naquela época. E, também, para um debate sério e profícuo de assunto de tamanha relevância, relacionar os meios de tortura praticados desde a redemocratização por organizações criminosas e, também agentes estatais, sendo necessário incluir muitos deles, além dos policiais. De fato, o que ocorreu na Argélia foi tão impressionante, que mereceu uma análise mais demorada por parte do escritor Edward Peters, em seu livro "Tortura", Ed. Ática, 1989. Recomendo a leitura porque, pela primeira vez, encontrei alguma referência a um incipiente estudo por parte dos profissionais da área de saúde mental sobre os danos psicológicos da tortura no TORTURADOR. É muito importante ter presente que os agentes de segurança devem estar aptos ao trabalho do ponto de vista da saúde mental e que avaliações regulares e frequentes devem ser feitas para aqueles que devem usar a força de maneira moderada e compatível com a ameaça ou fato delitivo. continuar lendo
Cara Rejane,
De fato seria ideal mostrar os dois lados da história, mesmo porque, se os militares, como todo seu aparato e pessoal, mataram 300 guerrilheiros, os movimentos de guerrilha de esquerda mataram 119.
Ou seja, dadas as proporções, os esquerdistas foram muito mais violentos.
Porém, como mostrar os crimes, assassinatos e torturas praticados pela esquerda e pedir indenização através da Comissão de Anistia?
Seria assumir que eu posso torturar e matar, mas se fizeram algo contra mim devo ser indenizado.
Ainda que o atual governo faça uma auditoria nestes fatos, a desculpa já está pronta: golpe.
Muitos insistem em só querer olhar o lado da história que lhes convém, e isso inclui o que é retratado nos livros de história.
Eis um artigo interessante sobre o peeíodo:
Serviço secreto soviético considerou “causar guerra civil no Brasil” em 1961
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/06/04/política/1528124118_758636.html continuar lendo
Prezada Equipe de Redação do Canal Ciências Criminais por gentileza nos informe sobre os meios de tortura praticados pelos terroristas naquela época. Estamos precisando deste conhecimento, afinal nem os livros de história mencionam, PORÉM FORAM MUITOS E TERRIVEIS CASOS. Ser tendencioso não é qualidade de um operador de Direito, e sim mostrar A REALIDADE DOS FATOS, sem favoritismo. continuar lendo
A Wanda Terrorista usou carro bomba pra matar o Soldado Mário Kozel Filho, sem falar nas torturas... continuar lendo